Thursday, February 14, 2008

Embaixador António Monteiro apela à reconciliação nacional, Mário Soares elogia GNR

Lisboa, 14 Fev (Lusa) - O embaixador de Portugal em Paris, António Monteiro, apelou hoje à reconciliação nacional em Timor-Leste para a "recuperação plena" do país e condenou os "actos criminosos" que ocorreram na passada segunda-feira (hora local).

"Apelo à reconciliação nacional. É necessário um entendimento e uma recuperação plena para bem de Timor-Leste", disse o embaixador aos jornalistas à margem do colóquio "O Serviço Diplomático Português do 25 de Abril à Actualidade e Perspectivas de Futuro", organizado pela Associação Sindical dos Diplomatas Portugueses, e que hoje decorre na Assembleia da República.

António Monteiro defendeu ainda que o primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, "não deve desistir perante estas dificuldades" e sublinhou a necessidade de entender "estes atentados como actos criminosos".

O diplomata disse também que Timor-Leste precisa da ajuda internacional, "não com modelos impostos, mas naquilo que são os interesses do povo timorense".

"Há a tendência da comunidade internacional de olhar para estes problemas de um ponto de vista economicista. É o caminho da facilidade, mas é necessário investir para uma situação destas. Investir é obrigação das Nações Unidas", afirmou.

Questionado sobre se Portugal também estaria a desinvestir no país ao não ter acedido prontamente em enviar mais elementos da GNR para o país, António Monteiro afirmou que "Portugal nunca olhou para Timor-Leste dessa maneira".

"Pelo contrário, fomos sempre solidários e um factor determinante para que Timor reencontrasse a liberdade", disse.

Por seu lado, ex-presidente português Mário Soares elogiou a forma como as autoridades timorenses estão a gerir a situação no país depois dos atentados, bem como a actuação da GNR na resposta ao ataque contra Ramos Horta.

"Xanana Gusmão - a quem mandei um telegrama, aliás como a Ramos Horta - tem estado a tentar estabilizar muito bem a situação, com muita prudência e muito 'savoir faire'", disse Mário Soares aos jornalistas, acrescentando noutro passo que "há que ter esperança no bom senso e na capacidade timorense".

Dizendo-se "evidentemente muito preocupado" com a situação em Timor-Leste e com o estado de saúde do presidente timorense, Soares destacou "o papel singular e extraordinário" da GNR, "porque se Ramos Horta está vivo e vai ficar vivo, porque vai restabelecer-se, é graças à GNR".



MCL/MDR.

Lusa/fim

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